ELISA Y MARCELA
O filme Elisa y Marcela é um drama romântico bibliográfico espanhol dirigido pela cineasta espanhola Isabel Coixet que retrata a história do único casamento lésbico realizado pela igreja católica em 1901. O matrimônio das duas mulheres aconteceu na Igreja de San Jorge, na região de Coruña, na Galícia, após Elisa ter assumido a identidade de um falecido primo.
Elisa e Marcela se conheceram, ainda adolescentes, num colégio de freiras numa pequena vila galega. Por anos, as protagonistas ficaram separadas e se mantiveram trocando cartas, por meio das quais, os sentimentos românticos entre elas se desenvolvem e se aprofundam.
Ao se reencontrarem, o amor entre elas dá vez aos desejos da carne e se materializa quando, juntas, elas constroem um lar. No entanto, são impostas, às protagonistas, as dificuldades de vivenciar um romance homoafetivo na sociedade da época, fazendo com que Elisa e Marcela idealizem a realização de um casamento católico como meio de legitimar a relação vivida por elas.
O longa-metragem, disponível na plataforma Netflix, tem duração de 1h58 e é retratado integralmente em fotografia preta e branca, o que contribui para nossa compreensão do tempo e espaço do filme.
POSE
A série POSE criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steven Canals retrata a Nova York do final dos anos 80, cenário no qual podemos ver a cultura LGBTQIA+ dos bailes, a marginalidade das personagens gays, lésbicas, travestis, transexuais, latinas e negras que transitam entre a violência, trabalhos informais e prostituição, ao mesmo tempo em que destaca-se a acensão do virus da AIDS que, na época, era visto como uma sentença de morte que açoitava a comunidade LGBTQIA+.
A importância da série é perceptível ao visualizarmos temas, ainda atuais, retratados com sutileza mas, que não deixam de ser explícitos aos olhos dos telespectadores. Os corpos travestis, negros e latinos ocupam o cais da Nova York dos anos 80 da mesma maneira que, hoje, esses mesmos corpos ocupam o centro de São Paulo. A produção consegue nos mostrar, dentro da trama, a baixa expectativa de vida e a inacessibilidade, das personagens, ao mercado de trabalho. A trama se desenvolve nos mostrando o luxo e a beleza dos bailes, os quais servem de palco para as competições dos desfiles temáticos, disputados entre as casas, isto é, grupos que para além de viverem sob o mesmo teto compartilham entre si o significado de família.
A série, que venceu o GLAAD Awards de Melhor Série Dramática por dois anos consecutivos, é uma produção da emissora FX e está disponível na Netflix. No mais, a título de curiosidade, a série conta com um elenco recordista com maior números de atores transgêneros em papéis de destaque.
PARAÍSO PERDIDO
Paraíso Perdido é um drama-musical brasileiro lançado em 2018, dirigido por Monique Gardenberg, diretora de Ó, Paí Ó, que consegue desenvolver com sutileza os temas centrais da trama, que aborda questões relacionadas à sexualidade,, violência contra a mulher e homofobia. Seu elenco é composto por grandes nomes como Erasmo Carlos, Marjorie Estiano, Seu Jorge, Jaloo, Humberto Carrão e outros. Vale dizer que vários diálogos do filme são realizados na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), em razão da presença de uma personagem surda.
O longa se desenvolve na medida em que todas as questões trazidas pelas vivências das personagens, se encontram e se entrelaçam dentro da boate Paraíso Perdido, onde José (Erasmo Carlos), seus filhos e netos, cantam músicas bregas e temas de amor. Do começo ao fim, o filme é recheado de delicadeza no trato de seus temas centrais e nele podemos ver na família de José, um núcleo familiar aberto ao diálogo ao amor e a aceitação.
O filme está no catálogo dos filmes brasileiros e LGBTQIA+ da Netflix, e sua trilha sonora, dirigida por Zeca Baleiro, reúne clássicos de Márcio Greyek, Reginaldo Rossi, Belchior, Jhonny Hooker e outros, está disponível no Spotify.
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