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Giovanna Gonçalves Vilaça da Cunha

Febre maculosa: transmissão, sintomas, tratamento e prevenção.

A febre maculosa voltou a ser destaque nas notícias dos últimos meses, principalmente após três pessoas falecerem depois de participarem de uma festa no interior de São Paulo, em junho de 2023. Toda essa atenção não é para menos, uma vez que trata-se de uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável, podendo aparecer em formas leves e até formas graves com elevada taxa de letalidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023).


Diante do aparecimento de novos casos em determinadas regiões do sudeste brasileiro, é importante estar atento às principais informações dessa doença, especialmente sobre suas possibilidades de prevenção.


Transmissão

A febre maculosa brasileira é transmitida por meio de carrapatos do gênero Amblyomma (conhecidos como carrapato-estrela ou micuim), infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esses parasitos são frequentemente encontrados em animais de grande porte, como bois, cavalos e particularmente na capivara. Mesmo não sendo comum, é possível achá-los também nos animais domésticos, como os cachorros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).


Para que ocorra a transmissão da doença, é necessário que o carrapato fique fixado por pelo menos quatro horas na pele do indivíduo. Não há transmissão da doença de pessoa para pessoa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).

Figura 1 – Carrapato adulto macho da espécie A. sculptum | Fonte: MORAES-FILHO, 2017.

Sintomas

Os primeiros sintomas que o indivíduo pode manifestar após a infecção pela bactéria presente no carrapato, são: febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, desânimo e falta de apetite. Posteriormente, podem aparecer manchas avermelhadas pequenas, que crescem e tornam-se salientes e semelhantes à picadas de pulgas. Essas manchas podem aparecer em todo o corpo, inclusive na palma das mãos e na planta dos pés.


Os sintomas demoram cerca de sete a dez dias para se manifestarem, e o prazo para iniciar o tratamento é de no máximo cinco dias depois do início dos sinais, pois após esse período, há riscos dos medicamentos não fazerem mais efeito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).

Figura 2 – Sintomas e transmissão da febre maculosa | Fonte: Secretaria de Saúde DF

Tratamento

O tratamento da febre maculosa é essencial para evitar as formas mais graves da doença e até mesmo a morte do paciente. Para isso, o médico indica o tratamento por meio de antibiótico específico. Geralmente, quando a terapêutica adequada é iniciada, a febre tende a desaparecer entre 24 a 72 horas após o início da terapia (FACCINI-MARTÍNEZ et al, 2018).


Prevenção


Usar roupas claras e de preferência calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas com gramas e árvores, ou locais que podem ter o carrapato-estrela.


Evitar andar em locais com grama alta.

  • Usar repelentes de insetos.

  • Verifique constantemente se os animais de estimação estão com carrapatos.

  • Se encontrar um carrapato fixado ao seu corpo, removê-lo com uma pinça. Nunca aperte ou esmague o carrapato. Lavar a área da picada com álcool, água e sabão.

  • Lembre-se de que o quanto antes retirar os carrapatos do corpo, menores serão as chances de contrair a doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023).

Figura 3 – Os carrapatos devem ser retirados cuidadosamente da pele | Fonte: Ministério da Saúde, 2023

É importante procurar uma unidade de saúde caso tenha algum sintoma relacionado à febre maculosa ou perceba a presença do carrapato-estrela na pele, para que seja possível realizar a notificação e a vigilância epidemiológica na região, para avaliar a real magnitude dessa doença em território brasileiro.



Referências Bibliográficas

FACCINI-MARTÍNEZ, Álvaro A. et al. Febre Maculosa por Rickettsia parkeri no Brasil: condutas de vigilância epidemiológica, diagnóstico e tratamento. Journal of Health & Biological Sciences, v. 6, n. 3, p. 299-312, 2018. Disponível em: <http://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/view/1940>. Acesso em: 21 de jun. 2023.

GOVERNO FEDERAL. Febre Maculosa. Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2023. Disponível em: <https://www.saude.df.gov.br/febre-maculosa#:~:text=A%20febre%20maculosa%20%C3%A9%20uma,transmitida%20pela%20picada%20do%20carrapato>. Acesso em: 21 de jun. 2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Febre Maculosa Brasileira. Biblioteca Virtual em Saúde, 2018. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/febre-maculosa-brasileira/>. Acesso em: 20 de jun. 2023.

MORAES-FILHO, J. Febre maculosa brasileira / Brazilian spotted fever. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP / Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 15, n.1, p. 38-45, 2017. Disponível em: <https://revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/36765/41353>. Acesso em: 20 de jun. 2023.

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