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Lola Magalhães

“LGBTPQIA+: Significados e a Importância do +”



Para quem não está familiarizado com os termos e debates da comunidade LGBTQIA+, trazemos aqui um pequeno glossário:


Orientação sexual: Como diferenciamos o modo como vivenciamos nosso desejo sexual.


Sexo: Definido, erroneamente, pela genitália que o indivíduo nasce, criou-se a narrativa de que somos homem ou mulher se nascemos com pênis ou vagina, respectivamente.


Gênero: Da mesma forma como relacionamos o sexo à genitália, cometemos o mesmo erro ao relacionarmos mulher e homem com feminino e masculino, respectivamente e exclusivamente. De modo falho esse alinhamento genitália/sexo/gênero definiu e define nossa organização social como a conhecemos hoje.


Identidade de gênero: A forma como o indivíduo se enxerga e se coloca no mundo. Aqueles que se identificam por suas genitálias são designados como cisgêneros, já os que transcendem o conceito de gênero binário (genitália define sexo que define gênero) se designa transgênero.


Cisgeneridade: Quando a identidade de gênero corresponde ao gênero que lhe foi atribuído ao nascimento.


Heterocisnormatividade: A imposição de que a heterossexualidade e a cisgeneridade são as únicas condutas validadas pela sociedade.


São bissexuais são as pessoas que têm como orientação sexual a atração se sexual e/ou afetiva pelo seu próprio sexo/gênero e por outro. Repare no uso da palavra “outro” ao invés de “oposto”, comumente usada para tal definição. É compreensível a suposição de que são bissexuais aqueles que se atraem por dois gêneros, e presumir a validação de gênero binário. Para contradizer essa ideia falsa, em 1990, foi publicado “O Manifesto Bissexual” nos Estados Unidos, e logo no início os autores declaram: “Não presuma que a bissexualidade é binária ou duogâmica por natureza: que temos dois lados ou que devemos nos envolver simultaneamente com ambos os gêneros para sermos humanos completos (...)”. Esclarecemos aqui o falso entendimento de que bissexuais se atraem sexualmente/afetivamente unicamente por mulheres e homens cisgênero.


P de Pansexual e Polissexual. Se designam às pessoas com atração sexual e/ou afetiva por todas as possibilidades de sexo e gênero. Apresenta o mesmo conceito de bissexualidade, porém de forma mais explícita à negação da binaridade. Portanto cabe aos indivíduos se apropriarem do título que melhor os couber.


I, de Intersexual. Intersexuais são as pessoas que nascem com uma genitália indefinida (Por exemplo: Aparelho reprodutor masculino e genitália feminina ou uma genitália com as duas identidades). Nesse caso há uma arbitrariedade de gênero, que por algum critério desconhecido, o médico irá operar a genitália e consequentemente, definirá qual papel social deverá ser performado.


T, de Travesti, Transexual e Transgênero. Se tratam de identidade de gênero e não de uma orientação sexual.


Transexual e Transgênero os indivíduos que não se reconhecem pelo sexo e/ou gênero que lhe foi atribuído ao nascimento. Aqui você responde se o personagem homem cis que forçadamente se tornou mulher trans se reconhece como mulher após a cirurgia. Supondo que sua resposta foi não, concluímos que nenhum indivíduo tem por natureza o dever de se reconhecer sexualmente pela genitália com a qual nasceu e nem de performar as características atribuídas aos gêneros relacionados a esse mesmo sexo, que também é alinhado à genitália.


Travesti é uma palavra feminina da língua portuguesa que carrega consigo, historicamente, uma carga pejorativa. Por muitas vezes travesti se designa às mulheres transexuais que não realizaram cirurgia de resignação ou correção de sexo, mas também há um apontamento de que essa palavra é encontrada em contextos de desumanização e violência, mesmo quando houve a cirurgia. Hoje em dia muitas mulheres transexuais se apropriam do termo como ato de luta contra a carga negativa descriminação que a mesma carrega.


A de Agênero e Assexual. Agênero se designa às pessoas que não se reconhecem enquanto mulher ou homem e não definem sua identidade de gênero como feminina ou masculina. Essas pessoas comumente se identificam como Não-Binárias ou Gênero Neutro. O que é diferente de gênero fluido, que presume uma inconstância entre as possibilidades de gênero, sem se identificar com nenhuma delas de forma estática.


Assexuais são os indivíduos que não performam sexualidade, o que não quer dizer que não sentem atração ou não se relacionam afetivamente. A chance de você já ter encontrado uma pessoa assexual é a mesma de ter encontrado uma pessoa ruiva.


O Q se refere à “Teoria Queer”, da autora Judith Butler. Apesar do histórico negativo do termo, hoje, a comunidade se apropria dela como um ato de resistência.

A teoria prega que não há progresso num movimento identitário que cria novas prisões, numa tentativa de desmantelar a necessidade de identificação imutável.


Foi na década de 1970 que surgiu a sigla GLS: Gays, Lésbicas e Simpatizantes; que possuía um significado mercadológico e se referia aos lugares, espaços e produtos direcionados ou “simpatizantes” da comunidade. Lésbica se designa às mulheres que se sentem atração sexual/afetiva por mulheres e Gay aos homens que sentem atração sexual/afetiva por homens.


Em 1990, a sigla se tornou GLBT e, em 2008, passou a ser LGBT. O + existe para nos mostrar que existem pessoas que se identificam de outras maneiras para além das já contempladas aqui. No entanto, a defesa da expansão da sigla, com a adição de novas letras, não é uma reivindicação unânime entre os membros da comunidade. É importante que saibamos reconhecer a importância dessa sigla e comunidade, que tanto luta e resiste pelo direito a ter direitos!


Referências bibliográficas:







https://youtu.be/aay3zDBm1Jc


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