Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros é o nome de um dos maiores humoristas deste país. Ele é o tipo de pessoa que por onde passa, ilumina e alegra todos que estão ao redor. Foi...Paulo Gustavo foi esse tipo de pessoa, e por onde ele passava, os risos se espalhavam. Ainda não me acostumei a tratá-lo como passado.
Infelizmente, no dia 04 de maio, fomos surpreendidos com a notícia de que o nosso humorista, ator, roteirista, diretor e apresentador, de apenas 42 anos, se foi por complicações do covid-19. Ele nos deixou e mesmo sem nos conhecermos, sentimos essa perda como se Paulo fizesse parte da nossa família.
Quando comecei a escrever esse texto, mais de 411 mil brasileiros já haviam nos deixado, e infelizmente, tenho certeza de que quando você acabar de ler, outros também terão partido. Até quando iremos nos conformar com essas perdas? Até quando vamos normalizar pessoas virando estatísticas?
Segundo o projeto "Our World in Data" (27/04/21) o Brasil ocupa o 2° lugar no ranking de vítimas do covid-19 (13º em óbitos proporcionais à população), além de estar em 3° lugar de casos confirmados. E o nosso Chefe de Estado continua promovendo aglomerações, ignorando o vírus, o chamando de "gripezinha", e se negando a usar máscara.
E mesmo sendo tão irresponsável, o Presidente lamentou em seu Twitter: "Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid" Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro), em 05 de Maio de 2021.
Não tem como não se indignar. A morte de Paulo é uma morte política. Todas essas vidas perdidas são responsabilidade do Estado. Mesmo com tudo isso, Paulo foi maior. Enfrentando uma sociedade homofóbica, Paulo Gustavo lutou, resistiu e, com muito amor, formou sua família junto de Thales Bretas e seus dois filhos: Romeu e Gael. E é claro, encantou multidões com seus filmes e programas, líderes de bilheteria.
Jamais nos esqueceremos de personagens tão marcantes como a Dona Hermínia (Minha Mãe é uma Peça), o Valdo (Vai Que Cola) e a Senhora dos Absurdos (220 Volts).
Obrigada por nos alegrar. Nossos sentimentos à família e amigos.
E se você puder, fique em casa.
“Enquanto essa vacina tão esperada não chega pra todo mundo é bom lembrar que contra o preconceito, a intolerância, a mentira, a tristeza, já existe vacina. É o afeto. É o amor. Ame na prática, na ação.”
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