Atualmente, devido à pandemia de COVID-19, é comum escutarmos sobre mutações e variantes do coronavírus. Portanto, saber o que isso significa facilita o entendimento sobre o que está acontecendo com o vírus no decorrer da pandemia.
Mutações
Primeiramente é importante ressaltar que todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, são capazes de mudar com o tempo. A mutação é um processo natural e acontece quando o vírus se adapta a um determinado ambiente para poder sobreviver (INSTITUTO BUTANTAN, 2021).
Mutação é uma mudança no material genético (DNA ou RNA) que ocorre durante a replicação, um processo que necessita da cópia da informação genética. Essa mudança pode trazer benefícios, malefícios ou não resultar em nenhuma mudança significativa para o organismo (FIOCRUZ, 2021).
A figura acima ilustra o processo de replicação de uma molécula de DNA. A fita azul é a fita original da molécula de DNA. Ela então se abre e, a partir de cada fita original azul, é feita uma nova fita, representada pela cor rosa. Porém, ao copiar a informação da fita azul, em um dado momento, ocorre uma mudança em uma das fitas de cor rosa, indicado na imagem como Cópia mutante. Essa mudança é o que chamamos de mutação.
Caso a mutação facilite a sobrevivência do vírus, ela irá ocupar o lugar da versão anterior do vírus e poderá infectar um número maior de pessoas, fazendo com que o vírus adquira uma vantagem adaptativa por causa da mutação (REDE D’OR SÃO LUIZ, 2022).
Variantes
Algumas mutações podem dar certas vantagens aos vírus, que irão passar isso adiante, produzindo cópias com essas vantagens, e acabam se tornando uma variante. Quando essas mutações começam a aparecer várias vezes, de forma recorrente, caracteriza-se então como variante do vírus. Durante a pandemia de COVID-19, foi identificado algumas variantes, dentre elas, cinco capazes de provocar um impacto maior na saúde pública. São elas: Alfa, Beta, Gama e Delta e Ômicron (BUTANTAN, 2021).
Linhagem
A linhagem é definida pelo conjunto de variantes que surgiram de um vírus. São vírus que possuem um “ancestral” comum e apresentam mutações parecidas.
Cepa
A cepa trata de uma variante ou de um grupo de variantes que se comportam diferente do vírus original. Quando esse grupo de variantes apresenta mudanças na forma de transmissão, multiplicação, nos sintomas dos infectados ou na forma de estimular resposta no organismo, ele representa uma cepa (FIOCRUZ, 2021).
Variantes de Preocupação do Coronavírus
Variantes de preocupação são aquelas capazes de atingir a saúde pública com um impacto maior. Como dito anteriormente, atualmente são monitoradas cinco variantes de preocupação na pandemia de COVID-19.
Alfa: foi detectada pela primeira vez no Reino Unido e, em setembro de 2020, se espalhou para vários países. Essa variante foi associada ao risco maior de óbito quando comparada ao vírus original. Sintomas: perda ou alteração do olfato e do paladar, febre, tosse, calafrios, perda de apetite e dores musculares.
Beta: foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em outubro de 2020, e se espalhou para vários países. Um estudo mostrou que a gravidade da variante Beta em não vacinados é maior do que a variante Alfa. Sintomas: febre, tosse, dor de garganta, falta de ar, vômito, dor no corpo, cansaço e fadiga.
Gama: foi detectada pela primeira vez em Manaus e se tornou predominante na cidade, sendo responsável pelo colapso do sistema de saúde do estado do Amazonas. Sintomas: febre, tosse, dor de garganta, falta de ar, diarreia, vômito, dor no corpo, fadiga e cansaço.
Delta: foi detectada pela primeira vez na Índia, em outubro de 2020, e se mostrou mais transmissível do que as variantes alfa, beta e gama. Sintomas: coriza, dor de cabeça, espirros, dor de garganta, tosse e febre.
Ômicron: foi detectada pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, em novembro de 2021. É uma variante altamente transmissível e com muitas mutações. Sintomas: cansaço extremo, dores pelo corpo, dor de cabeça e dor de garganta (BUTANTAN, 2021).
Referências Bibliográficas:
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA- IB USP. As causas das Mutações. Disponível em: http://ecologia.ib.usp.br/evosite/evo101/IIIC3Causes.shtml. Acesso em: 31 jan. 2022.
INSTITUTO BUTANTAN. Por que acontecem mutações do SARS-CoV-2 e quais as diferenças entre cada uma das variantes. [S. l.], 9 set. 2021. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/por-que-acontecem-mutacoes-do-sars-cov-2-e-quais-as-diferencas-entre-cada-uma-das-variantes#:~:text=As%20muta%C3%A7%C3%B5es%20acontecem%20quando%20o,montam%20as%20c%C3%B3pias%20do%20v%C3%ADrus. Acesso em: 31 jan. 2022.
INSTITUTO BUTANTAN. Conheça os sintomas mais comuns da ômicron e de outras variantes da Covid-19. [S. l.], 15 dez. 2021. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/conheca-os-sintomas-mais-comuns-da-omicron-e-de-outras-variantes-da-covid-19. Acesso em: 31 jan. 2022.
REDE D‘OR SÃO LUIZ. Mutações, variantes, linhagem e cepa: o que precisamos saber sobre o universo dos vírus?: Mutações, variantes, linhagem e cepas virais. Palavras que não eram habituais no nosso dia a dia e que hoje chamam nossa atenção, em meio a pandemia. O que precisamos saber?. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/onco/oncologiador/noticias/artigo/mutacoes-variantes-linhagem-e-cepa-o-que-precisamos-saber-sobre-o-universo-dos-virus. Acesso em: 31 jan. 2022.
VALVERDE, Ricardo. Vigilância Genômica Covid-19: O que são mutações, linhagens, cepas e variantes?. In: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Agência Fiocruz de Notícias: Saúde e ciência para todos. [S. l.], 2021. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/o-que-sao-mutacoes-linhagens-cepas-e-variantes. Acesso em: 31 jan. 2022.
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